sexta-feira, 1 de setembro de 2006
(In)verdades da vida
Sim... hoje estive a pensar sobre o conceito de verdade...
Sempre fui ensinada a dizer sempre a verdade e sempre pratiquei este acto de civismo, mas hoje começo a pensar: que verdade? A minha ou a dos outros?
Já dizia Gaston Bachelard que se tivéssemos uns óculos com lentes verdes à frente veríamos erva e estaríamos a comer palha... Será que todos nós não temos sempre uns óculos destes colocados? E qual a sua cor?
Pois eu penso que a cor das lentes pode ser a do preconceito, da (falta de) educação, do egoísmo e das nossas vivências passadas. Mas também podem ser umas lentes "cor de rosa" que transformam as coisas que vimos em coisas mais positivas do que elas relamente são... Eu normalmente uso estas lentes... Será por isso que sou uma eterna optimista? Ou serei apenas uma distraída, inadaptada, idealista e incapaz de ver a realidade na sua versão mais dura?
Ainda há outro tipo de lentes: a que transforma pessoas com visão normal em miopes, que me desculpem os verdadeiros, mas são aqueles que vêm tudo aumentado e desfocado. Uma pequenita coisa passa a ter uma dimensão de elefante, mas com a clareza de um grande nevoeiro... São os que fazem tempestades em copos de água e os que mais longe estão da realidade. Para esses só posso aconselhar uma ida a um profissional pois deve haver qualquer coisa na vossa vida que não está resolvida!
A verdade existe, mas eu considero que cada um tem a sua...
Quando não vemos a realidade, basta-nos senti-la: e aí, os das lentes cor-de-rosa, chocam-se ao sentir as injustiças do dia a dia. Mas não são para nos chocarmos??? Os outros tentam inferir e interpretar à luz das suas lentes... e eu acho que os coloca mais longe da realidade!
Afinal quem anda no Mundo a Lua?
A quem nunca aconteceu estar acompanhado e ver um determinado acontecimento, como por exemplo um acidente, e depois compararem versões? Elas serão necessáriamente diferentes, pois as lentes e as cabeças que processaram a informação são diferentes.
Eu acho que a verdade é o mínimo múltiplo comum de todas as versões... E a verdade reduz-se a uns pequenos segundos nas horas da vida!
É o que dá tirarmos os nossos óculos por uns momentos!
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